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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Escrevendo nas mãos de um palhaço...

O empenho, o galego e a cigana.

Começara a anoitecer e a estrada seguia Lua afora...

Esta parecia afastar-se da estrada e ao mesmo tempo torna-se maior aos seus olhos...

Efeitos que dão margens as mentes poéticas... (bufou)

Tudo fora deixado para trás... Tudo...

Aquela vida não era sua, precisava encontrar suas respostas...

Era um belo homem de origem alemã, poderia estar entre tantos populares de sua época, e já se via tão amargurado!

Fechou os olhos de um profundo azul escuro e sentiu uma leve brisa... Aquilo batera-lhe como água gelada em meio ao turbilhão em brasas que sua mente jovem lhe acometia...

Voltar não era uma opção!

Havia algo errado, era jovem demais para não querer viver...

Era jovem de mais para não sofrer por amor...

Amor?! Os imbecis choravam em seus ombros por isso...

Por que haveria de querer saber sobre algo de em que tudo atrasaria sua busca incessante de respostas pela vida...

Abrira os olhos espantados ao que antes tudo era silencio... Pandeiros? O que seria?

Ao visualizar a lua estra a frente notou uma figura que tocava e se movia de forma harmoniosa...

Que a lua não possuía luz própria, isso já era de seu saber acadêmico, porém que alguém pudesse lhe sugar todo o reflexo prateado...

Sequer havia notado que ela movia-se de forma esvoaçante alternadamente entre o que parecia ser uma bifurcação!

Já tinha ouvido falar de aparições...

E uma bifurcação não lhe facilitaria a vida...

Com os olhos ainda preso na bela estranha:

Pouco importava as aparições e bifurcações...

Chegando a passos lentos... Sentia algo estranho, a cada passo tinha dificuldade de tirar os olhos da figura que aos poucos ia vislumbrando...

A cada passo olhava confuso para trás como se algo se fosse deixado, sentia-se... Leve... Sequer parecia ter caminhado exaustivamente naquele dia...

Sem mais desprender os olhos da figura que se movia graciosamente... Notou os cabelos que iam quase aos joelhos! Os lenços... A longa saia vermelha... Uma típica blusa cigana... E tudo isso junto aos movimentos daquela mulher manteriam um homem a vislumbra-la até definhar...

Sem emitir uma palavra a mulher esta se virou rapidamente com um sorriso e disse:

- Eu jamais o permitiria se a mim coubesse tamanha decisão.

- Como...

- ninguém vai definhar!

Bruxa! Estava explicado! Era uma linda feiticeira cigana... (Pensou)

- Não sou uma bruxa... (rira)

Pouco importava o que ela era, afinal de contas, nunca tivera nada contra feiticeiras, ciganos... E pouco importava se ela lia seus pensamentos...

Sentiu-se um tolo!

O que deixei para trás?

Seu orgulho.

O que estou sentindo?

Seu coração.

Porque não paro de olha-la? 

Danço bem ( ria)

Porque quero abraça-la?

Porque te enfeiticei (dissera ao ouvido)

Pode me manter assim?

Não.

Minha jornada terminou, volte comigo...

Voltar não é uma opção

E você?

Depende...

Do que?

Sou sua opção de seguir...

Irá comigo?

De certa forma...

Dói...

É o que chamam de saudade.

Está em minha frente...

Aprendeste a ansiar.

Para onde vai?

Deste lado. E Você... (apontou o outro caminho)

Quero ir com você...

Estrarei contigo até...

Quando?

O dia em precisar de algo que me empenhaste...

Não lhe dei um vintém...

Seu coração.

Como espera que eu siga sem ele e ti? Esses caminhos parecem tortuosos e escuros...

São seus...

Quando conseguirei achar um lugar, neste mundo, em que me abandonarás os pensamentos e me devolverá o que tomaste como empenho?

Porque fazes questão do que antes julgava ser empecilho de tolos?

Porque a vi, e a vida sem você... Parece... Mas tola que pensamentos – é um castigo?

Apenas uma precaução. Aprendeu a não falar do que não conhece.

As pessoas costumam ganhar em empenhos, não é assim? Negas-me até o teu amor...

Teu amor não me pertence, apenas guardei teu coração para que ele não sinta medo na estrada escura, e que não se perca em bifurcações, um dia terá que entrega-lo a sua dona... Seu empenho será protegido, para um coração, isso é muito... Siga...

Porque não volto? Se depende de mim...

Aprendeste a ter fé e o que buscar.



Não me disse seu nome:

Estrada.


J.Mendes.


" NAS MÃOS DE UM PALHAÇO?! TENHO MEDO DE PALHAÇOS...  
CONTUDO SÃO COLORIDOS..."
                                                                                                                                                   J.Mendes


















A estrada, a enxada, as bifurcações

Sobreviveremos a esses dias nublados
Encontraremos as cores no tempo certo da Estrada
O caminho, Oh! Este é um dos teus fardos?
Não te conduza ao caminho da irracional enxada.


Ora já sabe o que é!
Porque te atormenta em teus impensados atos
Com dias nublados, em tua estrada, mediante ao que é contrariar, você que
Não enxerga real físico... Fatos

Aos inanimados, isento raciocínio, ação, possível reação? Física e lei...
Mas ao teu raciocínio e instintos insanos... Anseio:
Eu sempre irei superar... Revidar... Especular... Importar-me... Com opinião ao meu meio!
Em dias de estrada molhada, pode precisar de auxilio alheio

A enxada e inanimada, se bem a usa...
Se a pisa te fere...
Mas só você saberá
Escolherá  entre  alegria ou complicação
Atente-se a bifurcação;
Escuto... Razão? Emoção?!
Desvios possam ser  uma opção?

Do que se olha sem ver, não se atenta:
O que e quem tiver que ser será...
No entanto, a estrada é sua e a enxada também!
Fique atento as bifurcações...

“Tenho medo de palhaços! No entanto palhaços têm cores, lados... bifurcações!”;
                                                                                                                                 J.Mendes

















A linha de trem, a passarela e o avião
A tarde se confia entre nuvens, chuviscos em promessas de ira em temporal, e o sol ainda querendo terminar o seu espetáculo com o seu “Por”... Que belo ensaio, que bela parceria fazem lua e sol nesta magia chamada crepúsculo......
Amada noite. 

As pessoas passavam cansadas com suas vidas ao meu julgar, normal... 

Mas quem sabe de quem? 

Afinal de contas quem imaginaria que uma mulher com vestido floral e delicado em tons de rosas estaria fazendo uma análise tão bizarra? 

Lá estava ela, o vestido jovial e alegre, estilo a “doce”, um blazer salmão contrastando e realçando o vestido angelical, desses angelicais que custam o suor do cão em uma dessas lojas que as mulheres morrem por um vestido e os homens querem morrer por pagar... 

Assim como os demais, sentia a presença da segunda feira, o céu.. Ah que refúgio, negado, porém almejado até mesmo pelos mais desprezados e vis dos seres vagantes desta Terra... 

Repentinamente um avião em certa diagonal chamara a atenção dela, logo que o avistou, sentiu-se atraída e temerosa (sentimento constante) com o inclinar da aeronave... Sentiu que gostaria de estar lá! 

Olhara para as linhas de trens logo abaixo, já foram caminhos e pensamentos frequentes das mais variadas formas existenciais: locomoção, poesias tristes, pensamentos bizarros e desesperados, graças nunca cometidos... Por segundos sentou-se amarrada por aquelas linhas, que por mais longe que fossem, teriam um rumo previsto e teria percurso tão preciso... Tão constante... 

Temia avião, temia avião! Não temia mais? Claro que não, porque me prender a estes trilhos tão presos a terra, tão “traçados”, queria voar, imprevistos, de preferência os melhores!!! Terras distantes, sem trilhos depressivos! Sem aquelas velhas estações poéticas em que se agarrara desde a infância a se deliciar com tristes estórias de amores separados por um trem. Quero voar! 
J.Mendes.
 















O leite, o russo e o “engano”

Era cedo e frio, os tempos eram mais frios por aquelas regiões no início da década de oitenta... 

A franzina menina de oito anos pulara da cama! O leite!

Era época de férias, no entanto abriram a escola e estavam distribuindo de sacos de leite, um para cada criança da família.

Pegara as sacolas que a mãe dobrada e recomendara e pegou sua curta jornada... A pequena escola ficava logo ao virar da primeira esquina.

Isso era motivo para imaginar uma longa jornada medieval, ia correndo e pulando de um lado para o outro como se a rua estivesse repleta de grandes obstáculos que ela ia vencendo bravamente! O leite precisava ser pego!

Ao chegar às portas da escola usava a imaginação até doer para poder tira-la daquela fila sufocante!

Mas ainda havia um último obstáculo! O homem que entrega o leite!

Era seu vizinho, todos os chamavam de “Russo”, nunca procurara saber, mas desconfiava que o fato dele talvez ter os cabelos claros contribuísse para o apelido amigável.

Soubera que a mãe havia tido uma briga com esse senhor...

Toda vez que ia buscar o leite baixava a cabeça, tinha medo que ele olhasse bem em sua cara e não lhe desse o leite pela briga, lembrava vagamente de sua mãe falar mal dele, afinal de contas, houvera uma briga... Ela, particularmente odiava brigas! Poucos sabiam disso...

Neste dia em que a chuva não deixou muita margem a “brincadeiras” durante o trajeto e a fila parecia demorar mais que o normal, apenas para que seus pés e chinelos enlameados a fizessem sentir mais frio...

Voltou à mente para algo que pudesse espremer de bom, frio, fora de sua cama, há vários passos da missão dada: O leite.

O que poderia haver de bom naquilo, Senhor? Pensou sua mente infantil e prematura. Logo se deu conta que a situação era difícil, ao ponto daquele leite ser o único do dia!

Pelo menos não havia dinheiro para a bebida, sequer para drogas, e com isso, poderia ler seus gibis e ver seus programas de TV com a certeza que mãe e padrasto não estariam brigando e sim juntos, buscando uma solução... Quando aprenderiam?

Ao chegar sua vez, ter uma mente na Lua dava naquilo, o tempo voara! Esteva de frente para o vizinho que distribuía o leite, aquele que chamavam de Russo. Este colocara dois litros de leite em sua sacola!!!

Pela primeira vez encarou o senhor a sua frente e disse:

O senhor cometeu um engano! – Afinal de contas o leite era para crianças até cinco anos, ela já tinha oito, o leite era para sua irmã de três anos!

Ele sacudira a cabeça alegando que não, não havia “Engano”.

Desse dia em diante, passou a ganhar sempre dois litros...

Ao narrar o fato, sua mãe gratamente parou de falar mal do vizinho.

A menina franzina nunca soube muito sobre seu vizinho Russo.

Mas ficava contente em saber que ele se importava com o fato dela ter seu litro de leite.
                                                                                                                                                J.Mendes




  










Duas, uma ou ambas?

Aquela que sorri para um dia de tons alaranjados?

Ou a feliz espectadora dos dias nublados, como adorno ao seu mundo...?

Aquela que releva e sorri?

Ou a que chora lágrimas ácidas de mágoas despropositadas e maiores que sua mente possa armazenar?

Aquela que foi rejeitada e "acolhida de favor"?

Ou aquele de que por vias verbais tortuosas que mascararam a possível tão querida?

Seja de onde for... É aquela que a todos e vista com bom olhos?

De onde realmente sou para poder seguir... É aquela a que julgam o transtorno da sociedade?

Estou e seguirei...

Seguirei mas preciso saber de onde vim...

O futuro de mim depende...

Preciso saber mais de mim pra seguir sem me ferir...

Quanta pressa!

Cautela? Desleixo ou comodismo?

Que altruísta!

Ora tola explorada por seres que sequer precisam de algo além de dispensar da própria inércia!
A desmedidamente feliz...

A que pensa antes de sorrir... Quero rir com gosto

Levanto-me faço e aconteço.

Deito-me, penso e queimo os olhos em lágrimas quentes... ácidas... Oh!Tempo guardadas!

Sou a aquela que é sã.

Sou a louca que extravasa

para não perder a sanidade...

Sou o meio e auge..

Sou o fundo, daqui não me deixo a ilusão de que não posso cair...

Apenas uma mulher em ambas

com todos os direitos e dúvidas de um ser humano

Não exija, pois nada lhe devo

Sou eu, ainda sim sou eu, porque...

Feliz...

Triste...

Eufórica...

Pensante...

Vivo, tenho as horas de tristeza e as felizes se tornaram as mais valiosas. Bençãos!

Quando as coisa não saem como quero, até tiro o chapéu para a ausência da alegria...

Contudo, não faço reverência a tristeza.

J.Mendes


"Nas mãos de um palhaço?!
Tenho medo de palhaços.
Contudo são coloridos".
J.Mendes


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